Páginas

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Vender o que faço

No final de Abril deste ano participei na feira do Mercado de Fusão (Martim Moniz). Inscrevi-me com a perspectiva de que seria a primeira de muitas feiras em que participaria. Tinha feito um levantamento das feiras existentes na região de Lisboa: locais, condições de inscrição, data em que decorriam, taxa de inscrição. Até fiz uma tabela para ver as compatibilidades.

Paguei 30 euros por dois dias e lá fui pensado que, no mínimo conseguiria vendas que pudessem igualar o pagamento da taxa. Levei toda a minha produção, panos para decorar, uma pequena mesa desdobrável e dois bancos. Os 30 euros eram apenas para ter direito a 3 metros quadrados debaixo de uma tenda. Senti-me mal logo de início: diante de feirantes profissionais cheios de equipamento – largas mesas e todo o tipo de suportes expositivos – eu era um ilhéu, uma das Formigas no arquipélago dos Açores. Lá tentei tornar-me visível o melhor que pude e até acabei por vencer as rajadas de vento que me levantavam as coisas. Depois foram horas e horas esperando que alguém aparecesse e quisesse comprar alguma coisa. Valeu a companhia de alguns amigos que apareceram. Até tive a oportunidade de levantar-me e ir fazer xixi. O dia seguinte foi um pouco melhor. Tive o meu companheiro comigo uma boa parte do dia e estava menos frio.
No final fiz cerca de 15 euros. Ou seja, perdi 15 euros. Decidi que não valia a pena participar em feiras. E durante meses suspendi a produção, a publicitação e a venda das minhas traquitanas.

Mas eu gosto de as fazer e gosto que gostem delas. Não sou a empreendedora que os migueis gonçalves deste mundo propagandeiam. Não tenho a capacidade de fazer negócio de qualquer coisa e muitas vezes não tenho esse ânimo mecânico e essa crença artificial que se faz de conta que é exigível aos empresários de sucesso. Mas tenho as minhas mãos e a minha imaginação.

Vem aí o Natal e com ele as bonitas recordações materiais com que, por tradição, presenteamos as pessoas de que mais gostamos.


Gostaria que essas recordações fossem escolhidas do produto da minha imaginação e das minhas mãos.













Feira do Mercado de Fusão, Martim Moniz.  27 e 28 de Abril