Páginas

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Casas de papel

As pessoas que sonham muito, que não precisam de grandes luxos e também não têm dinheiro, divertem-se com relativamente pouco. Coleccionar postais gratuitos pode dar tanto ou mais prazer que coleccionar relógios. Viajar para destinos exóticos e comprar tudo quanto é souvenir pode animar tanto quanto viajar para outro ponto do país e trazer como recordação pedras, conchas e fotografias digitais. E isto não é o culto da miséria (podiam entender isto associando este ao post anterior sobre o aproveitamento de restos), é o que é: aprender a viver com pouco sem deixar de sonhar.
Quando era pequena vivia num mundo de papel: Desenhava as brincadeiras em papel, brincava com bonecas de papel com roupas de papel, móveis de papel em casas de papel.
Na altura vendiam-se muito casas planificadas que deliciadamente construíamos. Tinha debaixo da cama uma autêntica cidade toda de papel.

As maquetes e as miniaturas continuaram pela vida fora a encher-me a vista. E desde que as minhas sobrinhas nasceram que imagino construir com elas uma grande casa de cartão com todo o recheio em cartão. Tudo muito artesanal. É coisa que nunca se irá concretizar, por falta de espaço, de tempo, de paciência e até de gostos - não é que lhes deu para serem umas góticas de 8 anos!

Mas há alguns anos atrás, quando ainda era professora, levei a cabo um projecto, com uma turma do 9º ano, para a construção de uma residência de estudantes. A planta da casa foi definida em conjunto e cada aluno fazia a maquete do seu quarto, que se encaixava na estrutura geral. Foi divertido.

casas planificadas como as que a minha mãe me oferecia para eu construir

Recheio das casas também de papel. Acho que nunca tive disto. Eu fazia com caixas de fósforos



As maquete da casa com três dos quartos que os meus alunos fizeram.

Sem comentários:

Enviar um comentário